De capacho da ditadura a racista da Globo
Ao contrário do que rosna Alexandre Garcia, estudos comprovam que os alunos cotistas têm desempenho acadêmico superior ao dos não-cotistas.
O jornalista global Alexandre Garcia parece que anda bastante incomodado com as cotas nas universidades e com a ascensão social de setores antes totalmente excluídos da sociedade. Será que o veterano, famoso por seu elitismo, teme a concorrência? Nesta semana, no noticiário local da TV Globo do Distrito Federal, ele voltou a esbanjar preconceito, racismo… e ignorância! “Temos que pensar na qualidade do ensino. Aqui no Brasil ele é todo assim por pistolão, empurrãozinho e ajuda. A tradução disso é a cota. Aí põe um monte de gente [na faculdade]… Só 67%, você viu, passaram por mérito”, esbravejou, ao comentar o resultado dos exames para ingresso na Universidade de Brasília (UnB).
O comentário asqueroso gerou imediata reação nas redes sociais de estudantes, professores e movimentos que lutam contra o racismo. Alguns internautas lembraram que, ao contrário do que rosna o âncora global, estudos do Ministério da Educação comprovam que os alunos cotistas têm desempenho acadêmico superior ao dos não-cotistas. Professores da rede estadual manifestaram a sua satisfação com o ingresso de jovens das escolas públicas na UnB. Para o presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, as declarações de Alexandre Garcia revelam o racismo presente na mídia brasileira. “A Rede Globo foi protagonista na resistência às cotas. A emissora usou de todos os meios para combater esse sistema. Ela não vai mudar o seu pensamento, que, aliás, é um pensamento que vem sendo derrotado e não é de hoje”.Esta não é primeira vez que o jornalista global explícita sua visão racista, elitista e manipuladora. Em outubro do ano passado, no telejornal “Bom Dia Brasil”, o sujeito tacanho chegou a afirmar que “o país não era racista até criarem as cotas”. O rico apresentador estava irritado com a criação do cadastro do “Simples Doméstico”, o programa do governo Dilma que garante direitos trabalhistas para os empregados domésticos. Em outras ocasiões, o subserviente Alexandre Garcia já havia demonstrado total concordância com o poderoso carrasco da emissora, Ali Kamel, o diretor de jornalismo da Rede Globo que obrou o clássico “Não somos racistas”.
Com suas pérolas racistas, Alexandre Garcia até vai conseguindo ofuscar o seu vexaminoso passado, quando foi porta-voz do general João Batista Figueiredo, último carrasco do regime militar – sendo exonerado por ter posado seminu numa foto para uma revista masculina. De capacho da ditadura, com suas torturas e assassinatos, para apologista do ódio e do preconceito racista. Baita biografia!
Em tempo: reproduzo abaixo uma mensagem de João Marcelo, estudante da UnB, em contraposição às besteiras obradas pelo jornalista global: