Após fumar um cigarro da indústria tabagista, o que sobra é um toco de papel e plástico de uso único. Esse resíduo pode conter espumas naturais ou sintéticas, geralmente feitas de acetato de celulose.
E o destino desses materiais? Serem diluídos e absorvidos na água, segundo uma pesquisa deste ano que analisou 4.321 bitucas em áreas urbanas do município de Guarujá, no litoral de São Paulo.
O mau cheiro, a contaminação e a inutilidade comercial viram fonte de toxinas nos centros urbanos, calçadas, canteiros e bueiros. A bituca não tem mobilidade na cidade, mas a água da chuva, sim. Basta que o material fique úmido para liberar os compostos químicos do cigarro já queimado por alguém.
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a estadunidense Johns Hopkins University, apontou que uma única bituca de cigarro pode tornar tóxicos mil litros d’água.
A água contaminante da bituca está para o cigarro como o chorume está para o lixo. A diferença é que, do lixo orgânico, o chorume ainda pode virar fonte de nutrientes para o solo. No caso da bituca, os resíduos químicos poluem.