CEO de afiliada da Globo estava em “caravana” de jatinho para ato golpista pró-Bolsonaro
Rogério Nery, da TV Integração, foi à Brasília para os atos de 7 de setembro em um avião particular de empresários de Uberlândia (MG)
Além das denúncias de manifestantes que teriam sido pagos por organizadores para participar dos atos golpistas pró-Bolsonaro neste 7 de setembro, as manifestações contaram com a presença de nomes do setor empresarial.
Alguns desses empresários, conforme aponta reportagem de Igor Gadelha no portal Metrópoles, fizeram uma caravana em jato particular para ir ao ato golpista realizado em Brasília.
Uma dessas viagens em avião particular foi feita por empresários de Uberlândia (MG). Rogério Nery, CEO da TV Integração, afiliada da TV Globo na cidade mineira, estava entre o grupo.
Além dele, estiveram nesta caravana aérea Paulo Romes, presidente do Grupo Junco, Fábio Pergher, fundador da Start Química e Rosalina Vilela, da Erlan Foods.
Romes postou uma foto em seu Instagram que mostra a “comitiva” empresarial a caminho de Brasília.
Distribuição de dinheiro
Um grupo de trabalhadores aparece em um vídeo que circula pelas redes sociais recebendo dinheiro de um homem vestido com uma camiseta dos atos golpistas promovidos por Jair Bolsonaro nesta terça-feira (7). Nas imagens, gravadas dentro de um ônibus, eles comentam sobre quem seria o responsável pelos pagamentos e pela iniciativa da excursão à Avenida Paulista, parodiando uma música do programa Sílvio Santos, famoso por distribuir dinheiro.
Segue:
“Grupo Jacto vem aí… Nishimura vem aí… Olha isso, cara. Eu achei que era brincadeira. Uma camiseta para cada um, mais o ônibus, mais R$ 100 para alimentação. Esse é o nosso grupo Jacto de Pompeia. Deus abençoe. Heróis, mano”, cantam, enquanto o homem que detém os valores entrega uma nota de R$ 100 para cada participante da caravana.
O nome de origem japonesa a quem se referem os envolvidos no vídeo seria o do empresário Jorge Nishimura, presidente da empresa Jacto, que produz equipamentos agrícolas, além de atuar em vários outros segmentos, segundo o site da companhia, sediada em Pompeia (SP).
Horas depois, na página da Jacto na internet, um comunicado negava a organização da caravana, sob a justificativa de que a empresa não se envolve em assuntos políticos.
“O Grupo Jacto informa que não patrocinou o envio de manifestantes para eventos de 7 de setembro. A empresa não apoia candidatos ou partidos políticos de nenhuma corrente doutrinária, seja na esfera federal, estadual ou municipal”, diz a nota.
No entanto, uma publicação do deputado estadual paulista Frederico d’Ávila (PSL), de maio deste ano, mostra que a família Nishimura e a Máquinas Agrícolas Jacto S/A realizaram uma carreata em Pompeia em defesa de Jair Bolsonaro, contrariando a versão oficial divulgada nesta tarde.(Fórum)