Valdemar Costa Neto, Fernando Collor e Bolsonaro: condenados e investigados na linha de frente de palanque do PL em Brasília – Reprodução/YouTube – PL
O evento de pré-campanha do Partido Liberal (PL), no último domingo (27), ficou marcado pelas companhias do presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre as figuras com mais destaque no palanque, estavam investigados, condenados e réus por diversos crimes.
Durante o discurso de Bolsonaro, as presenças de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e do ex-presidente da República, Fernando Collor (PL-AL), tiveram grande destaque. Na maior parte do tempo, os dois permaneceram na posição mais valorizada do palanque, ao lado de Bolsonaro.
Em 2012, Costa Neto foi preso e condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 7 anos e 10 meses, e recebeu uma multa de 1,6 milhão de reais. Em 1992, Collor sofreu impeachment, acusado de envolvimento em corrupção e fraudes financeiras.
Outra figura cortejada pelos apoiadores de Bolsonaro no evento foi o ex-senador Magno Malta (PL-ES). No fim do ano passado, ele foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro por espalhar notícias falsas sobre a chacina do Jacarezinho.
Em sua fala, Bolsonaro elogiou o coronel torturador do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, que atuou no DOI-Codi durante a ditadura militar e foi condenado na Justiça. Para o presidente, o coronel “lutou por democracia”.
“Todos sabem como nos portamos, três anos e três meses em paz nessas questões [de corrupção]. Se aparecer [corrupção no governo], nós colaboraremos para que os fatos sejam elucidados. Todos nós somos humanos, podemos errar. Quem nunca errou e está nessa plataforma no momento? E podemos ter, e devemos ter uma segunda chance para voltarmos a ser é úteis para a sociedade”, declarou Bolsonaro.
Ministros presentes também são investigados
Os seguintes ministros também marcaram presença no evento: Ciro Nogueira (Casa Civil), Flávia Arruda (Secretaria de Governo), Tereza Cristina (Agricultura), Fábio Faria (Comunicações), Tarcísio Freitas (Infraestrutura), João Roma (Cidadania) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).
Todos eles integram o grupo conhecido em Brasília como “nata do Centrão”, em referência ao poder que exercem sobre uma grande quantidade de deputados e senadores de pouca expressão eleitoral e posicionamento alinhado à extrema direita. O general Augusto Heleno, que ficou marcado por críticas ao Centrão na campanha de 2018, estava sorridente em cima dos palanques ao lado dos colegas e até discursou.
Uma das anfitriões do evento, Flávia Arruda (PL-DF) é casada com José Roberto Arruda, que chegou a ser chegou a ser preso e condenado no âmbito da Caixa de Pandora, operação que desvendou um esquema de corrupção envolvendo políticos, gestores e empresários no Distrito Federal.
A revista Piauí mostrou que Tereza Cristina (PP-MS), quando foi nomeada ministra, respondia a cinco ações na Justiça. Um juiz de São Paulo chegou a confiscar os 40,5 mil reais mensais de verbas indenizatórias que Cristina tinha direito como parlamentar a fim de pagar dívidas.