O que uma mulher vítima de violência pode fazer quando não tem para onde ir? Em Araxá, a resposta está no CRAM – Centro de Referência de Atendimento à Mulher –, um serviço especializado que oferece acolhimento, apoio e caminhos para uma nova vida, longe da violência doméstica. Criado para garantir proteção, orientação e acesso à rede de promoção social, o CRAM se tornou um importante instrumento de enfrentamento à violência contra a mulher no município.
Vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social, o centro atua na promoção do rompimento do ciclo da violência, oferecendo suporte emocional, social e jurídico. O atendimento é feito por uma equipe multiprofissional composta por psicóloga, assistente social e advogada. O CRAM também conta com o apoio da Secretaria de Saúde, que disponibiliza uma psicóloga para atendimentos clínicos, e da Secretaria de Educação, que facilita o remanejamento escolar dos filhos das vítimas em casos de mudança de endereço por questões de segurança.
Com foco na autonomia das mulheres atendidas, o serviço também articula parcerias com instituições que oferecem cursos de capacitação, promovendo, quando possível, a inserção no mercado de trabalho e fortalecendo a independência financeira. Muitas mulheres atendidas, especialmente aquelas com filhos pequenos e dependentes, enfrentam dificuldades nesse processo, o que torna ainda mais importante o trabalho de acolhimento e orientação oferecido pelo CRAM.
Outro ponto de destaque é o trabalho integrado com a Polícia Militar, por meio da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), que realiza visitas domiciliares com acompanhamento da equipe técnica do CRAM.
Além do atendimento individual, o centro desenvolve ações contínuas de conscientização da sociedade. Palestras, capacitações e eventos educativos são realizados em escolas, universidades, empresas, centros de detenção e órgãos públicos. A equipe também participa de campanhas, blitze, entrevistas e mobilizações, ampliando o debate sobre a violência contra a mulher e incentivando a denúncia.
Para a secretária de Assistência Social, Lillian Pereira, o CRAM representa um avanço significativo na proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade. “O CRAM é um espaço de escuta, acolhimento e reconstrução. Ele mostra que nenhuma mulher está sozinha. Nosso compromisso é garantir dignidade, segurança e caminhos reais para que elas possam recomeçar suas vidas com esperança e autonomia”, afirma.
Novo endereço A partir desta quarta-feira (23), o CRAM está atendendo em novo endereço: Rua Carvalho Lopes, 38, Centro. A mudança visa facilitar o acesso das mulheres ao serviço e proporcionar mais estrutura e conforto no acolhimento.