O Brasil está tomado pelo ódio, e a internet se tornou veículo de desinformação e propagação do preconceito. A sociedade brasileira é conservadora e extremamente discriminadora e isso se tornou motivo de orgulho para os fascistas que tem ganhado espaço com todo esse jogo midiático.
O machismo nunca foi tão explícito e carniceiro, tampouco foi motivo de tamanho orgulho, o desprezo às mulheres. A xenofobia nunca foi tão aclamada, e os discursos inflamados de racismo, nunca ganharam tantos aplausos e adeptos.
Estamos em 2015, o que chega a ser contraditório, tendo em vista o quanto o brasileiro regrediu como ser humano e retrocedeu como brasileiro. A amnésia coletiva convenientemente deu espaço para os viúvos da ditadura militar hastearem o baluarte da violência institucionalizada e da perseguição à minorias.
A internet se tornou campo de batalha, onde ataques racistas e homofóbicos têm se tornado frequentes e vangloriados, onde parcela dos carentes de aulas de história ou manipulados pela mídia interesseira e sensacionalista, vêm defendendo ideologias totalitárias, sanguinárias e misóginas.
Ataques online de toda natureza vem ameaçando direitos, numa falha tentativa de impor o conservadorismo arcaico, que se espelha à criação machista e violenta, fortemente influenciada pelos preceitos cristãos.
Todas as atrocidades virtuais que assistimos recentemente são fruto de uma alienação em massa, que conduz os porta-vozes do preconceito ao vexame e ao escancaro do que o ser humano poderia ter de pior.
Apologia à violência, ao extermínio, ameaças, racismo, xenofobia e misoginia são pragas que tentamos combater, e estão sendo usadas para polarizar o cenário político, colocando os “valores cristãos”, a elite branco-ruralista e os que sofrem de amnésia retrógrada de um lado e os pobres, negros, índios, assalariados, mulheres e homossexuais, de outro.
Jornal A Voz de Araxá.