Os meios de comunicação, com seu apoio incondicional às privatizações, foram um dos responsáveis pelo prejuízo de R$ 2,4 bilhões que teve o povo brasileiro
O país teve um prejuízo de pelo menos R$ 2,4 bilhões com as privatizações do patrimônio público dado a preço de banana a grandes corporações privadas, durante o governo FHC.
A estimativa foi feita no clássico estudo escrito pelo jornalista Aloysio Biondi, que, em seu livro “O Brasil privatizado”, afirma:
“O governo diz que arrecadou 85,2 bilhões de reais com as privatizações. Mas contas “escondidas” mostram que há um valor maior, de 87,6 bilhões de reais, a ser descontado daquela ‘entrada de caixa'”(p. 68)
A obra essencial de Biondi, que chegou a vender mais de 140 mil cópias, acaba de ganhar uma nova edição na coleção História Agora, da Geração Editorial (256 págs, R$ 29,90).
O cálculo dos prejuízos das privatizações não considera os possíveis ganhos e valorizações posteriores, cujos montantes Biondi reputa incalculáveis.
As privatizações da mineradora estatal Vale do Rio Doce, em 1997, e do sistema Telebrás, em 1998, foram as mais emblemáticas e vultosas.
Além de as empresas terem sido subavaliadas, foram entregues com dinheiro em caixa aos que as arremataram em leilões. É como alguém vender uma casa com dinheiro no cofre.
A comparação que pode ser feita pela tabela acima, mostrando os números de cada escândalo, evidencia a deliberada desproporcionalidade conferida ao mensalão e às denúncias contra a Petrobrás em relação a outros casos.
O ódio insuflado pelo mercado contra o atual governo Dilma se presta ao infame papel de distorcer a compreensão sobre essa página infeliz de nossa história.
O livro de Biondi, relançado, nos dá a chance de nunca esquecer o que fizeram com o Brasil, para jamais permitir que isso se repita.
Referências Bibliográficas: BIONDI, Aloysio. O Brasil Privatizado: um balanço do desmonte do Estado. 11ª edição. São Paulo: Editora da Fundação Perseu Abramo, 1999.
por Antonio Lassance.