A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da Vara de Execuções Penais (VEP) do Rio de Janeiro, foi agredida por policiais militares presos no Batalhão Especial Prisional, em Benfica, na zona norte da cidade, na tarde desta quinta-feira (1º).
Ela fazia uma fiscalização na unidade prisional, dois meses após suspender temporariamente as visitas íntimas e de familiares aos presos. A medida foi adotada por conta de irregularidades encontradas pela juíza.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, nesta quinta os detentos impediram que ela fizesse a revista em uma das galerias, agredindo-a. Daniela teve a blusa rasgada e foi obrigada a deixar o local, ao qual retornou com policiais militares da equipe de segurança do Tribunal de Justiça e do Batalhão de Operações Especiais (Bope).
O juiz Eduardo Oberg, também da VEP, acompanhou a magistrada no retorno ao Batalhão. Na tarde desta quinta eles tentavam identificar os agressores, que serão transferidos para o Complexo Penitenciário de Bangu 1, na zona oeste.
“A VEP tem realizado um trabalho exemplar na fiscalização de desvios cometidos por detentos do BEP, apurando supostas mordomias de alguns presos no local. Esta foi a segunda fiscalização feita pela magistrada. Em agosto deste ano, durante uma vistoria, foram encontrados geladeiras, televisões, micro-ondas, videogames, forno de pizza, celular, dinheiro, engradados de refrigerante, churrasqueira, e até uma bateria profissional na unidade”, divulgou o tribunal em nota.
O deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP-RJ), filho de Jair Bolsonaro, foi até a unidade e fez uma veemente defesa dos PMs agressores, afirmando que é preciso respeitar o princípio da presunção da inocência. Ele chegou a questionar a versão da juíza agredida e criticou a postura do Judiciário.
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