O ministério de “notáveis” de Temer não aconteceu. Mas ele é notável pelo que não muda. Muitos já foram ministros de Lula e Dilma, ou seus líderes no Senado ou na Câmara. Chama a atenção a presença, entre os vinte e dois ministérios, de dez deputados federais e cerca de quatro senadores. Além disso, dez entre os maiores partidos estão cooptados e presentes no governo.
Temer, com isto, quer maioria parlamentar sólida para aprovar, rapidamente, uma agenda política supernegativa para os trabalhadores e o povo. Uma agenda ditada pelo mercado financeiro sob o comando de Henrique Meirelles para colocar a austeridade fiscal no pedestal das prioridades, com todo o apoio da mídia monopolista. Reforma da previdência, reforma trabalhista, autonomia do Banco Central, cortes ainda mais profundos nos gastos sociais, retrocessos no campo dos direitos civis e humanos, pauta ruralista antirreforma agrária, não demarcação de terras indígenas e quilombolas etc são os temas que estão no radar do governo golpista.
Eles querem agilidade e rapidez para evitar que a reação à perda de direitos e mais sacrifícios para os trabalhadores entornem o caldo de um governo que trabalha contra o tempo e a ilegitimidade.
A fotografia deste governo e seus ministérios é filme de horror para os democratas e trabalhadores deste país. É preciso mobilizar rapidamente os lutadores sociais para derrotar a agenda do golpe, denunciando as atrocidades contra os direitos e a cidadania, denunciando a corrupção que está encrustada, também, neste governo, e apontando o caminho da soberania popular para expulsá-lo rapidamente.