O fracasso de um governo podre e fedido chamado de Temer e PSDB.
Desnudada a inviabilidade do governo Temer, o bloco golpista implodiu. O PSDB, dividido, e sabendo que não pode morrer abraçado a Temer, prepara o desembarque, que não é consensual. Alguns querem salvar o que não pode ser salvo. Outros querem o desembarque, mas aqui também não há consenso: a) deixar que Temer e o PMDB se afundem sozinhos; b) afastar Temer e assumir o poder; c) afastar Temer e aprovar uma emenda para eleições diretas já. Fernando Henrique Cardoso tratou de transformar “A Ponte para o Futuro” do PMDB em uma frágil pinguela, prestes a se despedaçar nas águas turbulentas da crise.
Mas as fissuras do bloco golpistas se apresentam em outras partes: a grande mídia perdeu as mesuras com o governo; no Congresso, a inquietação se alastra, pois a anistia ao caixa 2 e a crimes conexos foi pactuada como moeda de troca no impeachment, mas está inviabilizada pela reação da opinião pública; os protestantes verde-amarelos voltaram às contra o Congresso, Renan e Rodrigo Maia e ameaçam assumir o “Fora Temer”; Gilmar Mendes e Dias Toffoli se aliaram a Renan e congressistas para minar a Lava Jato e enfrentar juízes e procuradores. O maremoto da Odebrecht se aproxima de Brasília e as perguntas de Eduardo Cunha atormentam o sono de Temer e da cúpula do PMDB.
O que se vê é o agravamento da crise política e institucional, que já existia à época de Dilma. O Executivo deixou de funcionar desde o início de 2015. Incapacidades e conspirações foram a regra do jogo. Juízes e procuradores formaram o Partido da Moralidade e se apresentam como salvadores da pátria. O Congresso se move ao sabor dos interesses da degradação da política. O STF se tornou parte da crise ao não defender a Constituição. Essa crise é prolongada e, talvez, só uma nova Constituinte, com a mobilização das ruas, poderá remediá-la.