Histórico do Município de Araxá
O nome Araxá (por extensão, um lugar alto onde primeiro se avista o sol) é referência à população indígena que aqui viveu até o século XVIII. O Quilombo do Ambrósio, o maior de Minas Gerais no século XVIII, e provavelmente no século XIX, formou-se em território que originalmente pertenceu a Araxá — hoje correspondente ao município de Ibiá. Ao mesmo tempo em que o Quilombo do Ambrósio (1759) e os índios Araxás (1766) foram reprimidos pelas autoridades coloniais, os moradores do Desemboque — núcleo de ocupação anterior à Araxá — realizaram um movimento (1766) que resultou na anexação do Triângulo Mineiro a Goiás. O motivo da iniciativa foi o de fugir da alta tributação sobre o ouro exigida pela Capitania de Minas Gerais.
O marco inicial de Araxá pode ser situado entre 1782 e 1785, quando se concedeu e demarcou a Sesmaria do Barreiro em cujas terras se formou o arraial. Os primeiros moradores vieram do Desemboque e de outros lugares próximos, para se dedicarem à pecuária, atividade estimulada pela existência do sal nas águas minerais do Barreiro. Em 20 de outubro de 1791 foi criada a Freguesia. Esta foi elevada a Julgado em 20 de dezembro de 1811, ainda sob a jurisdição de Villa Boa de Goiás. Em 1816, atendendo à solicitação dos moradores de Araxá, a região do Triângulo foi reincorporada à Capitania de Minas, no episódio que tradicionalmente consagrou Anna Jacintha de São José, a Dona Beja.
O Julgado foi elevado à Vila em 13 de outubro de 1831, sob a condição de o povo edificar, às próprias custas, o Fórum e a Cadeia Pública. A Câmara passou a exercer os poderes legislativo e executivo.
Em 19 de dezembro de 1865 Araxá foi elevada à categoria de Cidade através da lei nº. 1.259. Com a Proclamação da República, em 1889, passou a ser administrada por um Conselho de Intendência. Passada a fase de transição, a Câmara retomou suas funções.
Em 1915, foi criada a Prefeitura Municipal que passou a exercer o poder executivo, após acordo firmado entre o Governo de Minas Gerais e a Câmara Municipal. Segundo este acordo, a Câmara cedeu ao Estado os direitos às fontes do Barreiro com seus terrenos próximos. Em contrapartida foi criada a Prefeitura de Araxá, nomeando-se um prefeito para administrar a cidade.
Durante todo o século XIX, a economia de Araxá esteve amparada na agricultura de subsistência, com o cultivo de milho, fumo, café, mandioca e algodão. A organização da produção sinalizou (1890) para o aproveitamento das águas minerais do Barreiro, em função do seu valor terapêutico. O turismo, de saúde e de lazer, atingiu o auge com a inauguração do Grande Hotel/Termas (1944). Com a descoberta do nióbio (1950) teve início a indústria da mineração e, depois, a de fertilizantes.
Originalmente extenso, o município de Araxá perdeu os seus distritos entre 1923 e 1938. Neste período, a condição de estância hidromineral esteve valorizada em relação ao potencial agropecuário. Assim, Araxá possui atualmente, além do distrito sede, apenas o povoado de Itaipu.
A população é de 101 MIL pessoas — urbana e rural, e atualmente, pode ser observada a tentativa de resgatar o turismo como atividade economicamente importante.
Parte da Rua Boa Vista (hoje presidente Olegário Maciel), esquina com a rua Mariano de Ávila.
Data: 1930/1935.
Vista frontal do prédio da Estação Rodoviária, localizada na Praça Coronel Adolpho e inaugurada na administração do prefeito José Adolpho de Aguiar. Data: 01/03/1950.
Rua Mariano de Ávila esquina da Rua Boa Vista (hoje Presidente Olegário Maciel), 1940/1950.
FCCB