O que parecia “fake News” virou realidade para os consumidores brasileiros. Em 2020, o pacote de arroz de 5 quilos, que era vendido a menos de R$ 15, ultrapassou preços jamais vistos, chegando a ultrapassar o valor de R$ 30.
Mesmo o arroz sendo o principal “vilão”, os preços dos alimentos em geral, no ano passado, registraram alta significativa nos supermercados. De acordo com os dados oficiais de inflação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço dos alimentos nos supermercados subiu 16% de janeiro a novembro. Só o arroz subiu 70%. O feijão preto subiu 40%.
Leite, frutas, legumes, carne, frango e ovos, produtos comuns à mesa da maioria dos brasileiros, também tiveram destinos parecidos. Todos tiveram aumentos maiores do que 10% no ano.
As altas registradas são derivadas de diversos fatores como o aumento da procura externa e interna, o aumento do dólar e a mudança de hábitos decorrentes da pandemia.
A boa notícia é que boa parte dos produtos terão o aumento desacelerado, o que indica que as coisas devem começar a se normalizar, um alívio para os consumidores ao saber que reajustes dessa magnitude não devem se repetir.
Essa tendência de alívio começou em dezembro. Segundo levantamentos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que acompanham os preços no atacado, entre produtores agrícolas e indústrias, o preço do quilo do arroz, por exemplo, caiu 2,5% na primeira prévia de dezembro. É um indício de que seu preço já chegou ao pico e não sobe mais, mas ficou longe de zerar o aumento de 89% acumulado em um ano.
Uma das principais razões para a crença em altas menos expressivas em 2021 passa, necessariamente, pelo dólar. Em 2020, ele começou valendo R$ 4 e chegou a quase R$ 5,90 nos piores momentos, o que fez do câmbio um dos principais fatores para a alta no preço dos alimentos.
Atualmente, o dólar já está de volta à faixa dos R$ 5 e a expectativa é que o valor não sofra alterações expressivas. Isso significa menores variações e, portanto, menos repiques como os vistos no ano passado.