Araxá vem sendo palco de muitas polêmicas, escândalos de corrupção ligados ao poder público e repasses de verbas destinadas à saúde. As investigações conduzidas pela Polícia Civil em parceria com o Ministério Público foram regidas de forma coesa e chegaram aos nomes de políticos conhecidos. A cidade ficou chocada e nas ruas não se fala em outro assunto, pois na história da cidade não houve outro esquema de corrupção tão divulgado. Claro que é um fato lamentável para Araxá, e em toda a nossa história nunca se viu tanta indignação popular e a política nunca foi tão discutida como agora.
É indispensável para a consolidação da democracia a participação popular e a comunidade cada vez mais atuante, mas infelizmente na ultima semana as redes sociais se tornaram palco de selvageria. Justiça com as próprias mãos é o amplo significado do retrocesso social, a democracia não se funda em brutalidade, e o desejo de vingança de pessoas que confundem liberdade de expressão com incitação ao crime e até ameaças de morte aos investigados e familiares, tem ganhado adeptos que partilham da mesma ideia deturpada.
A legitimidade dos movimentos político-sociais se baseia em princípios constitucionais e não deve ser confundida com golpismo nem com crimes, pois há um ordenamento jurídico o qual estamos subordinados, e vivemos em um Estado Democrático de Direito, onde não é admissível tamanho retrocesso de realizar justiça com as próprias mãos, nem aplicar Lei de Talião. Reforma política é necessária, mas sanguinolência e antijuridicidade não.
O Jornal A Voz de Araxá apoia a atuação da Polícia Civil e Ministério Público e espera que haja um desfecho justo, dentro da legalidade. Ataques de natureza vil aos familiares, aos suspeitos e aos investigados, devem ser investigados e combatidos, pois queremos justiça, não sangue.