Com histórico recente de problemas urinários, Michel Temer, 77, foi submetido a uma biópsia no hospital Sírio Libanês e, segundo um médico que o acompanha, está descartada a possibilidade de que o presidente pudesse estar com um câncer de próstata.
Na quarta-feira (20), Temer viajaria para Alagoas, para inaugurar unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. No entanto, foi orientado a cancelar a viagem e acatou. Por ter feito uma cirurgia recentemente e estar usando uma sonda, os médicos indicaram a ele que poderia sentir um desconforto.
Antes de Alagoas, ele também desistiu de viajar para o sudeste Asiático, pelo mesmo problema. Sentindo incômodo pela sonda urinária, Temer desistiu de passar a virada do ano no Rio de Janeiro, como estava programado anteriormente. No entanto, ele disse que não iria por causa da previsão de chuva. O presidente deve passar o Ano Novo em Brasília com a família.
No último dia 26, segundo o membro da equipe médica do Sírio Libanês, Michel Temer teve um quadro febril e estava se sentindo indisposto. Nesta quinta-feira (28), no entanto, ele já se sentia melhor e sem febre. O presidente deve fazer uma nova bateria de exames no hospital de São Paulo para analisar a cirurgia feita no dia 13 deste mês.
Nos últimos três meses, Temer foi internado três vezes. Em outubro, no mesmo dia em que o plenário da Câmara votava a segunda denúncia contra ele apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), o presidente foi internado em um hospital militar em Brasília após dificuldades para urinar. O presidente passou pelo procedimento de raspagem da uretra após sentir desconforto ao urinar.
No fim de novembro, Temer foi submetido a angioplastia de três artérias coronárias com implante de stent – um tubo minúsculo e expansível – colocado na artéria para melhorar o fluxo sanguíneo para o coração.
Em dezembro, Temer voltou a ser internado por problemas urinários. Depois de um ato cirúrgico, com aplicação de sonda, o presidente chegou a ficar três dias internado. O cardiologista Roberto Kalil e o urologista Miguel Srougi explicaram que a internação do presidente foi esticada em um dia por questão de “segurança”.
“Foi uma segurança [ficar um dia a mais]. Ele toma remédio para deixar o sangue mais fino, por causa da angioplastia. Esses remédios podem aumentar o risco de sangramento. Por coerência, ele fez esse procedimento, colocou uma sonda, mais para observar um sangramento no período pós-cirúrgico”, afirmou Kalil.
“Ele poderia ter ido embora, estava super bem, mas foi um passo de segurança mesmo”, complementou o médico à época.
UOL