A eleição para os Conselhos Tutelares aconteceu no último final de semana e mobilizou bases conservadoras e progressistas no Brasil
Aconteceu neste domingo (1) a eleição para o Conselho Tutelar em todas as regiões administrativas do Brasil.
Escolhidos por votos locais, foram eleitos mais de 30 mil conselheiros tutelares que terão mandato entre 2024 e 2028. Cada município ou região administrativa possui, pelo menos, um Conselho Tutelar (CT) na administração pública local, com cinco conselheiros eleitos pela população. As maiores cidades do país têm seus CTs organizados por regiões.
Travestis se elegem e apontam nova perspectiva política
Apesar do predomínio de quadros ultraconservadores nos Conselhos Tutelares, algumas vitórias em determinadas regiões do Brasil mostram que o jogo está longe de estar dado e que há sim grupos progressistas na disputa.
Por exemplo, o movimento de travestis e transexuais se articulou e entrou na disputa por vagas em Conselhos Tutelares e venceu em algumas regiões.
A Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) divulgou em seu perfil nas redes sociais algumas ativistas trans que disputaram e conquistaram uma vaga no Conselho Tutelar. Neste momento, a ANTRA segue levantando os nomes, portanto, a lista pode aumentar.
Entre os nomes divulgados pela ANTRA das pessoas que se elegeram, estão:
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Maria Hellena: travesti negra, estudante de serviço social da UFES. Eleita conselheira tutelar na cidade de Serra, no Espírito Santo.
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Maria Isis: empreendedora, repositora e palestrante. Eleita conselheira tutelar na cidade de Uruçuca, na Bahia.
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Thara Wells: assistente social, mestranda e conselheira do CMDM. Eleita conselheira tutelar na cidade de Sorocaba, em São Paulo.
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Natasha Carodoso: profissional de Enfermagem SMS/RH. Eleita conselheira tutelar na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
Algumas pessoas podem olhar pelo viés matemático e afirmar que foram poucas candidaturas progressistas que se elegeram, principalmente quando recortamos para as LGBT+. No entanto, a eleição de quatro mulheres trans para Conselhos Tutelares de suas respectivas regiões mostra que há uma disputa em curso nos espaços políticos e que não é de agora.
Cabe lembrar que na eleição de 2020, o movimento de travestis e transexuais elegeu vereadores em todas as regiões do Brasil e em cidades de pequeno, médio e grande porte. Ou seja, não se trata de um movimento apenas das grandes capitais, mas sim espalhado pelo país.
Portanto, a eleição de quatro travestis para o Conselho Tutelar nos traz outras perspectivas nas disputas políticas e demonstra que o jogo está longe de estar decidido, no que diz respeito ao predomínio dos ultraconservadores.
Fonte: g1, forum e folhasp