Joaquim Barbosa sorridente entre Aécio e Anastásia, o mais novo integrante da lista do Lava Jato. Quando as denúncias atingem o PT, elas são tratadas como verdades. Quando atingem o PSDB (Anastásia) PMDB (Eduardo Cunha) aí, precisam ser averiguadas. Sabe como é, né? Não se pode acusar sem provas.
Em depoimento, policial cita Antonio Anastasia, senador eleito pelo PSDB.
O depoimento que faz menção ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na apuração da Operação Lava Jato traz um novo político para o rol de citados no caso: o senador eleito Antonio Anastasia (PSDB), ex-governador de Minas Gerais.
A citação está sob análise na Justiça Federal do Paraná. Não foi encaminhada à Procuradoria Geral da República até agora porque Anastasia só recuperou o chamado foro privilegiado às vésperas do recesso judicial, quando foi diplomado senador.
Já a citação a Cunha está com a Procuradoria, pois ele já era deputado à época do depoimento. A acusação foi apurada por investigadores, que concluíram ser necessário abrir um inquérito para detalhar se há de fato algo concreto contra o peemedebista.
Políticos têm foro privilegiado e, por isso, só podem ser processados na área criminal por tribunais superiores.
No depoimento de 18 de novembro passado, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, disse que entregou R$ 1 milhão ao então candidato a governador Anastasia a mando do doleiro Alberto Youssef em 2010.
O tucano negou com veemência o teor do depoimento e disse desconhecer o policial e o doleiro. “É totalmente fora da realidade. Meu único patrimônio é moral, tenho toda uma reputação de honestidade. Qual seria o propósito disso? Fica até difícil comentar algo tão absurdo”, disse.
Na declaração, o policial afirma que levou o dinheiro a uma casa em Belo Horizonte e que Youssef tinha dito que o destinatário era o então candidato tucano, que se elegeu governador.
“Tempos mais tarde, vendo os resultados eleitorais, identifiquei que o candidato que ganhou a eleição em Minas era a pessoa para quem eu levei o dinheiro”.
A polícia mostrou então uma foto do tucano. “A pessoa que aparece na fotografia é muito parecida com a que recebeu a mala enviada por Youssef, contendo dinheiro”, disse ele.
Youssef triangulava as operações investigadas envolvendo funcionários da Petrobras, empreiteiras contratadas pela estatal e políticos. Careca, diz a PF, era responsável por entregar dinheiro em espécie a pessoas indicadas pelo doleiro.
(Folha de S. Paulo)