“Todos eram unidos e colocavam em comum todas as coisas;
vendiam suas propriedades e seus bens
e repartiam o dinheiro entre todos,
conforme a necessidade de cada um.”
Atos dos Apóstolos 2:44-45
* Na fotografia, Dom Evaristo Arns posa com boné do Movimento Sem Terra
E tombou Dom Evaristo Arns, o Monsenhor Foice e Martelo. Simplesmente uma das figuras humanas que mais admirei, eterna fonte de inspiração. Dom Evaristo representou no Brasil a cristandade progressista, evidenciando a opção pelos pobres na letra dos Evangelhos e a conciliação entre o pensamento marxista e o imaginário cristão.
Dom Evaristo é presença de destaque no meu trabalho de doutorado (não concluído) em Literatura, cujo título é “Subvertendo Judas: Amós Oz e Assis Brasil, dois autores em busca de um mito bíblico”. Para entendimento do momento histórico de “O Livro de Judas” de Assis, os documentos produzidos entre 1979 e 1985 pelo “Projeto Brasil: Nunca Mais” tiveram papel de destaque nos meus estudos. Uma contribuição inestimável para a historiografia brasileira, realizada clandestinamente por Dom Paulo Evaristo Arns nos anos da ditadura.
Especialmente na guinada conservadora que a sociedade atual vive, Dom Evaristo fazia-se indispensável. Uma enorme perda para todos, especialmente os mais pobres. Sempre os mais pobres.
