O percurso para se chegar à educação inclusiva passou pelo extermínio e pela segregação, permanecendo um tema instável até os dias de hoje. Felizmente, no Brasil, ocorreram avanços significativos na legislação e na política educacional das últimas décadas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, por exemplo, prevê o atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, de forma preferencial, no sistema regular.
Entretanto, uma nova política presidencial assinada recentemente incentiva a (re)segregação de crianças com deficiências e transtornos globais do desenvolvimento. Um decreto desses, depois de finalmente termos alcançado espaço para o aluno especial nas escolas regulares, é como regredir. Essas crianças e adolescentes precisam ser parte do meio escolar e não ter escolas adaptadas para recebê-las
Nós já temos uma escola com regimento e preparo pedagógico capaz de incluir o aluno com deficiência. Mesmo em casos mais severos, que precisem de adaptações extras, o Plano Educacional Individualizado (PEI) é responsável por planejar e acompanhar o desenvolvimento desses estudantes por meio de salas de aula com recursos multifuncionais, atendimento educacional especializado e a presença de um profissional com formação adequada.
Ainda não vivemos numa realidade ideal devido aos entraves de recursos financeiros e barreiras na formação de professore, porém o que deveria acontecer é um investimento na capacitação profissional e na infraestrutura escolar, para que os alunos com deficiência também sejam incluídos nesse meio. Quando analisamos o decreto, observamos a falta de interesse público em focar no que realmente é necessário, preferindo ir pelo caminho mais fácil da criação de salas especificas e escolas segregadoras.