Lutero e o ódio aos judeus
Tradução: Ana Burke.
“Eu cheguei à conclusão de que os judeus vão sempre xingar e blasfemar contra Deus e seu Rei Cristo, como todos os profetas previram . Aquele que não lê nem entende isso, é porque ainda não conhece teologia, na minha opinião. Então eu presumo que os homens da Colônia não podem compreender a Escritura, porque é necessário que essas coisas aconteçam para cumprir a profecia. Se eles estão tentando impedir as blasfêmias dos judeus, eles estão tentando provar que a bíblia e Deus são mentirosos.” Fonte: Letter of Martin Luther to George Spalatin, January or February 1514
“Eu coloquei na minha cabeça que eu não vou mais escrever nem sobre os judeus ou contra eles. Mas desde que eu soube que essas pessoas miseráveis e malditas não deixam de atrair para si mesmos nós, isto é , os cristãos , eu publiquei este pequeno livro, só assim eu estarei entre aqueles que se opuseram a tais atividades venenosas dos judeus os quais alertaram os cristãos a estar em guarda contra eles. Eu não poderia ter acreditado que um cristão podesse ser enganado pelos judeus correndo o risco de ser exilado trazendo a miséria sobre em si mesmo”. Fonte: Martin Luther, On the Jews and Their Lies (1543)
“Nosso Senhor também os chamou de “raça de víboras”, além disso, em João 8:39-44, ele afirma:” Se fôsseis filhos de Abraão faríeis o que Abraão fez …. Vós tendes por pai o Diabo. Era intolerável para eles ouvir que não eram filhos de Abraão, mas do Diabo, nem podem suportar ouvir isso hoje.” Fonte: Martin Luther, On the Jews and Their Lies (1543)
“Fiquem em guarda contra os judeus, sabendo que onde quer que eles tenham suas sinagogas, nada é encontrado a não ser um antro de demônios na qual contém auto-glória pura e, presunção, mentiras, blasfêmia e a difamação de Deus e dos homens são praticadas mais maliciosamente e antenham seus olhos sobre eles.” Fonte: Martin Luther, On the Jews and Their Lies (1543)
“Eles não são nada, mas ladrões e salteadores que, diariamente, não comem um bocado e não usam roupas que eles não tenham roubado, e roubado de nós, por meio de sua usura amaldiçoada. Assim, eles vivem no dia a dia, juntamente com a esposa e filho, praticando furtos e roubos, como arqui-ladrões e assaltantes, na mais impenitente segurança.” Fonte: Martin Luther, On the Jews and Their Lies (1543)
“… Ejete-os para sempre deste país. Pois, como ouvimos, a ira de Deus para com eles é tão intensa que a suave misericórdia só tende a torná-los cada vez pior, enquanto a afiada misericórdia poderia reformá-los, mas pouco. Assim, em qualquer caso, fora com eles! ” Fonte: Martin Luther, On the Jews and Their Lies (1543)
“O que nós, cristãos, devemos fazer com este povo rejeitado e condenado, os judeus? Uma vez que eles vivem entre nós, não devemos tolerar sua conduta, agora que estamos conscientes que estão mentindo, injuriando e blasfemando. Se o fizermos, tornamo-nos participantes da suas mentiras , maldições e blasfêmias. Assim, não podemos apagar o fogo que nunca se apaga da ira divina, da qual os profetas falam , nem podemos converter os judeus. Com oração e o temor de Deus devemos praticar a misericórdia afiada para ver se podemos salvar pelo menos alguns das chamas incandescentes. Não ousamos nos vingar. vingança é mil vezes pior do que poderíamos desejar-lhes já que eles a tem pela garganta. Eu devo dar a vocês o meu conselho sincero. . .
Primeiro incendiar suas sinagogas e escolas e enterrar cobrindo com terra o que não for queimado, de modo que nenhum homem jamais voltará a ver uma pedra ou cinza deles. Isso é para ser feito em honra de nosso Senhor e da Cristandade, assim Deus poderá ver que somos cristãos, e não toleramos ou conscientemente toleramos tal mentira pública, xingando, e blasfemando contra o seu Filho e os seus cristãos…
Em segundo lugar, eu recomendo que suas casas também serão demolidas e destruídas. Pois eles buscam nelas os mesmos objetivos que em suas sinagogas . Em vez disso, poderiam ser apresentado a eles um teto ou um celeiro, como os ciganos. Isso vai levar para casa para que eles não são mestres em nosso país, como eles possuem , mas que eles estão vivendo no exílio e em cativeiro , uma vez que incessantemente chorar e lamentar sobre nós diante de Deus.
“(…) Finalmente, no meu tempo, foram expulsos de Ratisbona, Magdeburgo e de muitos outros lugares… Um judeu, um coração judaico, são tão duros como a madeira, a pedra, o ferro, como o próprio diabo. Em suma, são filhos do demônio, condenados às chamas do Inferno. Os judeus são pequenos demônios destinados ao inferno.” (’Luther’s Works,’ Pelikan, Vol. XX, pp. 2230).
“Queime suas sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade … são inúteis, devemos tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós. Eu estou fazendo a minha parte.” (’About the Jews and Their Lies,’ citado em O’Hare, in ‘The Facts About Luther, TAN Books, 1987, p. 290).
“Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus.”Perseguição aos Judeus (Martinho Lutero: Concerning the Jews and their lies [A respeito dos judeus e suas mentiras], reimpresso em Talmage, Disputation and Dialogue, pp. 34-36.)
“A Alemanha deve ficar livre de judeus, aos quais após serem expulsos, devem ser despojados de todo dinheiro e jóias, prata e ouro, e que fossem incendiadas suas sinagogas e escolas, suas casas derrubadas e destruídas (…), postos sob um telheiro ou estábulo como os ciganos (…), na miséria e no cativeiro assim que estes vermes venenosos se lamentassem de nós e se queixassem incessantemente a Deus”. – “Sobre os judeus e suas mentiras” de Martinho Lutero.
Os principais trabalhos de Lutero sobre os judeus são Von den Juden und Ihren lügen (“Sobre os judeus e suas mentiras”), e Vom Schem Hamphoras und vom Geschlecht Christi(“Em Nome da Santa linhagem de Cristo”) ambas escritas em 1543, três anos antes de sua morte.
Nesses trabalhos Lutero afirmou que os judeus já não eram o povo eleito, mas o “povo do diabo”. A sinagoga era como “uma prostituta incorrigível e uma devassa maléfica” e os judeus estavam “cheios das fezes do demónios,… nas quais se rebolam como porcos” Lutero aconselhou as pessoas a incendiarem as sinagogas, destruindo os livros judaicos, proibir os rabinos de pregar, e apreender os bens e dinheiro dos Judeus e também expulsá-los ou fazê-los trabalhar forçosamente. Lutero também parecia aconselhar seus assassinatos, escrevendo “É nossa a culpa em não matar eles.”
A campanha contra os judeus de Lutero foi bem sucedida na Saxónia, Brandenburg, e Silésia. Josel de Rosheim (1480-1554), que tentou ajudar os judeus na Saxónia, escreveu em seu livro de memórias a situação de intolerância foi causada por “(…) esse sacerdote cujo nome é Martinho Lutero – (…) seu corpo e alma vinculada até no inferno!! – que escreveu e publicou muitos livros heréticos no qual disse que quem ajudasse judeus seriam condenados à perdição.” Josel teria pedido a cidade de Estrasburgo para proibir a venda das obras antijudaicas de Lutero; porém seu pedido foi-lhe negado quando um pastor luterano de Hochfelden argumentou em um sermão que os seus paroquianos deviam assassinar judeus.
O anti-semitismo de Lutero persistiu após a sua morte, ao longo de todo o ano 1580, motins expulsaram judeus de vários estados luteranos alemães. A opinião predominante entre os historiadores é que a sua retórica antijudaica contribuiu significativamente para o desenvolvimento do anti-semitismo na Alemanha, e na década de 1930 e 1940 auxiliou na fundamentação do ideal do nazismo de ataques a judeus.
O próprio Adolf Hitler em sua autobiografia Mein Kampf considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, o Grande, e Richard Wagner. Em 5 de outubro de 1933, o Pastor Wilhelm Rehm de Reutlingen declarou publicamente que “Hitler não teria sido possível, sem Martinho Lutero”. Em novembro de 1933, uma manifestação protestante que reuniu um recorde de 20.000 pessoas, aprovou três resoluções:
Adolf Hitler é a conclusão da Reforma; Judeus Batizados devem ser retirados da Igreja; O Antigo Testamento deve ser excluído da Sagrada Escritura.
Diversos historiadores (entre os quais se destacam William L. Shirer e Michael H. Hart) sugerem que a influência de Lutero auxiliou a aceitação do nazismo na Alemanha pelos protestantes no século XX. Shirer fez a seguinte observação em Ascensão e queda do Terceiro Reich:
“É difícil compreender a conduta da maioria dos protestantes nos primeiros anos do nazismo, salvo se estivermos prevenidos de dois fatos: sua história e a influência de Martinho Lutero (para evitar qualquer confusão, devo explicar aqui que o autor é protestante). O grande fundador do protestantismo não foi só anti-semita apaixonado como feroz defensor da obediência absoluta à autoridade política. Desejava a Alemanha livre de judeus (…) – conselho que foi literalmente seguido quatro séculos mais tarde por Hitler, Göring e Himmler.
Em seu livro Why the Jews?(Por Que os Judeus?), Dennis Prager e Joseph Telushkin escrevem: “[…] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam frequentemente. De fato, Julius Streicher (nazista), argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martinho Lutero não tivesse dito 400 anos antes”. Alguns historiadores consideram Lutero o primeiro autor a delinear o anti-semitismo moderno.
Outras fontes:
http://www.worldfuturefund.org/…/Religi…/Martin%20Luther.htm
Martin Luther, On the Jews and Their Lies (1543)