O Ministério Público de Minas Gerais abriu inquérito contra Anastasia (PSDB-MG) devido a um suposto benefício que o tucano recebeu durante a desapropriação do Jockey Club de Belo Horizonte. O ex-governador de Minas Gerais possuía cotas do hipódromo.
A transação ocorreu em 2008 quando o tucano era secretário de Planejamento de Aécio Neves.
O Tempo – O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu, no último dia 14 de julho, um inquérito civil contra o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) para apurar a desapropriação de um terreno feita pelo governo de Minas que o teria beneficiado. A área, utilizada para a construção da Cidade Administrativa, era de propriedade do Jockey Club, onde o tucano era cotista desde 1985 e conselheiro. Sem chegar a um acordo de valores na época, somente em 2010 o Estado indenizou o clube em R$ 24 milhões.
De acordo com a representação feita pelo deputado Rogério Correia (PT) ao MPMG, em maio, por ser um dos conselheiros e cotista do clube, Anastasia teria sido um dos beneficiários diretos da compra feita pelo governo estadual. Na época, ele era secretário de Estado de Planejamento da administração Aécio Neves (PSDB). “O Anastasia era secretário e sócio do Jockey. Ele negociou com ele mesmo”, argumentou o petista.
A assessoria do senador informou que o tucano doou, em 2008, a cota que possuía ao Estado de Minas Gerais. Dois anos depois, governo e Jockey Club chegaram ao acordo. Na época, o Estado havia oferecido um valor menor, enquanto o clube pedia mais. Após perícia do terreno, as partes chegaram a um entendimento e ao valor de R$ 24 milhões.
Anastasia afirmou, ainda, que considera importante que o Ministério Público investigue o caso, “mesmo que a pedido de um deputado mal-intencionado, que ao senador faz oposição deliberada e pessoal”, para que sua “lisura e correção” possam ser reconhecidas e atestadas publicamente.
O Jockey Club também se posicionou a respeito da polêmica. Por meio de nota, o clube declarou que o valor recebido por causa da desapropriação foi utilizado para investimentos na própria agremiação. “Em decisão proferida na Assembleia Geral de 2006, deliberou-se que os eventuais valores recebidos de indenização pela desapropriação do imóvel seriam utilizados para novos investimentos imobiliários para o clube, entre eles, a aquisição de uma nova sede administrativa”, mostra o esclarecimento do Jockey Club.
Ainda segundo o clube, Anastasia não chegou a atuar como conselheiro do Jockey, como aponta a denúncia, e nenhum sócio ou diretor teria recebido participação nos valores referentes à indenização.
DESTINO
Nova sede. Segundo o Jockey Club, os valores de indenização foram utilizados para a aquisição de sua atual sede administrativa, o Edifício Jockey Club Tower, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.