Foto: Divulgação/CfA Dois dos objetos são os mais parecidos com a Terra já encontrados em região da órbita onde água pode existir em estado líquido.
Astrônomos do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA), nos EUA, encontraram oito novos planetas extrassolares na chamada “zona habitável” de suas estrelas, onde não estão nem perto nem longe demais, e assim não seriam nem quentes nem frios demais, de forma a permitir a existência de água em estado líquido na sua superfície, condição considerada essencial para abrigar ou desenvolver vida. O anúncio, feito nesta terça-feira durante reunião da Sociedade Americana de Astronomia (AAS), dobra o número de planetas relativamente pequenos – com menos de duas vezes o diâmetro da Terra – conhecidos nesta região da órbita de suas estrelas.
Segundo os astrônomos, dois destes planetas seriam ainda os mais parecidos com a Terra já achados. Estes objetos, batizados Kepler-438b e Kepler-442b, no entanto, orbitam estrelas anãs vermelhas, menores e mais frias que nosso Sol. Por isso, eles também têm que estar bem mais perto delas para que recebam luz e energia suficientes para serem possivelmente habitáveis.
Desta forma, o Kepler-438b, com um diâmetro apenas 12% maior que o da Terra, completa uma órbita a cada 35 dias, sendo banhado com cerca de 40% mais luz e energia que o nosso planeta. A título de comparação, no nosso Sistema Solar, Vênus, também com um tamanho parecido com o da Terra, recebe cerca do dobro da radiação solar do nosso planeta.
O Kepler-442b, por sua vez, está mais longe de sua estrela e deve ser bem mais frio. O planeta, cerca de um terço maior que a Terra, completa uma órbita em torno de sua estrela a cada 112 dias, numa distância em que é banhado com aproximadamente dois terços da luz e energia que o nosso planeta recebe do Sol.
Pelos seus tamanhos relativamente pequenos, os astrônomos também calculam que são altas as chances de ambos planetas serem rochosos como a Terra. No caso do Kepler-438b, esta possibilidade é de 70%, enquanto que no do Kepler-442b ela cai para cerca de 60%. Com todos estes fatores – tamanho, distância da estrela e índice de radiação recebido – os cientistas estimam em 70% as chances de o Kepler-438b ser habitável e em 97% as do Kepler-442b.
– Não sabemos com certeza se qualquer dos planetas de nossa amostra são verdadeiramente habitáveis, tudo que podemos dizer é que estes são candidatos promissores – explicou David Kipping, um dos astrônomos do CfA responsáveis pela descoberta, que será publicada no periódico “Astrophysical Journal”.