A Igreja Católica italiana destituiu do cargo de padre, nesta quarta-feira, o religioso Gino Flaim, de 75 anos, após ele afirmar que as crianças eram em parte responsáveis pelos casos de pedofilia envolvendo religiosos. Ele disse que compreende alguns padres que cometem o crime. A diocese da cidade de Trento comunicou que Flaim foi removido da posição que ocupava na paróquia e proibido de pregar.
“Infelizmente, há crianças que procuram afeto, porque eles não têm em casa e se encontram algum padre, este pode cair em tentação. Eu entendo isso”, disse o padre em entrevista ao canal italiano “La 7”
Perguntado se as crianças eram em parte responsáveis pelos casos de pedofilia, Flaim respondeu: “Em muitos casos, sim.”
Em um comunicado, a diocese afirmou que os comentários do padre não refletem a posição da diocese sobre o abuso sexual de crianças e contradiz o “sentimento de toda comunidade católica” sobre esse tipo de escândalo.
A declaração de Flaim é mais um acontecimento que joga pressão sobre o Sínodo da Igreja Católica, que reúne centenas de religiosos no Vaticano para discutir sobre como a instituição deve se adereçar a assuntos como divórcio, homossexualidade e uso de preservativos. No sábado, o Vaticano afastou um monsenhor que trabalhava na Santa Sé depois que ele deu entrevistas revelando que é gay e tem um namorado.
Nos últimos 15 anos, a Igreja Católica Romana tem sido abalada por escândalos sexuais envolvendo sacerdotes. A instituição foi duramente criticada por não excomungar os religiosos que cometeram esse tipo de crime.
Desde que se tornou líder da Igreja, o Papa Francisco encontrou duas vezes com vítimas de abuso sexual. A reunião mais recente aconteceu durante a visita do pontífice aos Estados Unidos. Na ocasião, o Papa prometeu que “todos os responsáveis serão responsabilizados”
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