Curitiba está bombando! “Quem disse que Curitiba era uma cidade desanimada?”, disse o humorista e colunista José Simão a respeito das prisões de dezenas de presidentes e dirigentes de empreiteiras e da romaria de advogados à capital paranaense. O que ele não sabia ainda era que tinha uma proposta ainda mais animada e indecente.
A grande imprensa deu pouco destaque ao encontro de promotores públicos e delegados da Polícia Federal com advogados das cinco maiores empreiteiras, cujos dirigentes estão presos.
Os advogados tentaram convencer o Ministério Público e a Polícia Federal que os empresários entregariam cerca de R$1,2 bilhão de reais a troco de sua liberdade e impunidade. O MP e a PF não aceitaram. Mas só o fato da proposta indecente ter sido formulada e advogados bem remunerados terem se desabalado a Curitiba para o encontro, já mostra como uns poderosos se julgam acima da lei.
Ainda tem gente que está preocupada que as obras no Brasil vão parar, pois todas as maiores empreiteiras estão envolvidas. Como assim, quem assalta os cofres públicos não vai mais para a cadeia? O roubo não é mais punido com prisão?
A verdade é que a existência de cartéis empresariais para levar vantagem, superfaturar obras ou compras governamentais, vêm de muito longe. A dúvida agora é se os corruptores também pagarão pelos crimes cometidos, que enriquecem pouquíssima gente nesse país tão desigual e perverso. E se a prisão de figurões deste porte terá continuidade com condenações e revisão da forma de fazer política neste país.
Para isto, vale lembrar que estas mesmas empreiteiras financiaram pelo menos 364 dos 513 deputados eleitos para a Câmara Federal e foram campeões de doações a candidatos a governador e presidente. Eleitos ou não.