Adriana Cavalcanti, de 29 anos, fará a prova neste domingo (4) em Campinas (SP). Ela viralizou na web durante a greve dos caminhoneiros, em maio, e contou ao G1 sobre sua paixão pela literatura.
Ao cruzar os portões do local de prova do Enem 2018 neste domingo (4), Adriana Cavalcanti, de 29 anos, dará mais um passo em sua trajetória de “ascensão social”. Transexual, negra e nordestina, viveu nas ruas de Campinas (SP) por 17 anos e há pouco mais de três meses conseguiu um teto provisório, que lhe garante o título de “ex-moradora de rua”. Apaixonada por literatura, ela agora sonha em cursar Direito, e a vontade de ajudar outros que não tiveram a mesma visibilidade é o combustível que a impulsiona.
“Não importa o resultado. O importante é fazer o Enem. Não deixa de ser representativo a atitude de ter saído de um lugar pejorativo para entrar em uma universidade e fazer a prova. Só se define um vencedor pelo quanto este aguenta perder. O que importa é a vida. E o que acontece nela não pode derrotá-lo”, afirma.
Inspirada pela leitura de grandes escritores, Adriana viralizou na web durante a greve dos caminhoneiros, em maio, ao mostrar sua opinião sobre a paralisação e sua visão sobre a democracia.
Embalada por esse conhecimento visceral, espera com ansiedade a hora de encarar a redação. “Independente do tema, não deixarei de exaltar a natureza, as minorias, a violação de direitos. Vai sair na hora”, avisa.
Ligados por um grupo em aplicativo de mensagens, os “anjos da guarda” se mobilizaram na última sexta (2). Adriana recebeu o cartão de inscrição com o local de prova e a garantia que terá o ‘kit Enem’, com canetas pretas, lanche e, claro, uma carona para realizar o exame.
“Nossa, nunca tive um cartão desses antes. Estou empolgada. É uma sensação diferente”, disse.
Outas fontes: g1 e folhasp